Revista Exame - por Suzana Naiditch
Uma pesquisa recém-divulgada pela International Stress Management Association (lsma) - organização presente em 13 países, formada por diversos profissionais da área de saúde e recursos humanos com o objetivo de prevenir e tratar o estressse - mostra o grau a que chegou o estresse nas corporações nestes tempos de estruturas enxutas e muita competição.
O estudo levou em connta mais de 1 000 profisssionais em oito países (Brasil, Esstados Unidos. Isnglaterra, Alemanha, França, Israel, Japão, Ilhas Fiji) e na cidade de Hong Kong, na China. O esstresse profissional atinge 90% da população economicamente ativa no Japão, 72% nos Estados Unidos e 70% no Brasi1. Dos estressados brasiileiros, 30% vivem em estado de exaustão fisica e mental. Eles sofrem de burnout, expressão médica que define o nível mais elevado de esstresse. Nos Estados Unidos, 20% dos estressados estão nesse ponto.
No índice de burnout, o Brasil só perde para o Japão, onde 70% dos trabalhadores estressados estão prestes a explodír.
O psicólogo americano James Campbell Quick, presidente da Isma nos Estados Unidos, que trabalha com prevenção de estresse nas empresas e de colapso físico e mental em executivos, está preocupado com esses números. Autor de quase 20 livros sobre o assunto, Quick volta ao tema em Stress alld Challenge at the Top: the Paradox af Successful Executive (algo como Estresse e Desafio no Topo: o Paradooxo do Executivo Bem-Sucedido), que será lançado em Lonndres, em setembro, pela editora do jorrnaI Financial Times.
Aos 55 anos, Quick vive em Arlington, onde atua como professor de comportamento organizacional no curso de administração da Universidade do Texas. Doutor em psicologia, ele defende em seu novo livro que o melhor escudo contra o estresse nas corporações é a autoconfiança. "É isso que traz segurança à administração de sua própria carreira em meio à turbulência e às mudanças drásticas no trabalho", diz ele. Quick esteve em Porto Alegre para o II Congresso da lsma no Brasil e falou a EXAME. A seguir, trechos da entrevista.
Você está a seu favor?
Segundo o psícólogoamericano James Quick, especialista em prevenção de estresse nas empresas, a autoconfiança é um escudo contra esse mal. Até que ponto você é autoconfiante? E quanto de você é contradependente ou superdependente? Responda a cada uma das seguintes perguntas utilizando uma escala de 0 (discordo totalmente) a 5 (concordo totalmente).
1 . Ter amigos é uma perda de tempo, porque no final eles o abandonarão.
2 . Precisar de algém é sinal de fraqueza.
3 . Não há ninguém capaz de entender as coisas de minha vida.
4 . Prefiro colocar-me em risco a deixar as pessoas saberem que preciso delas.
5 . Não gosto quando as pessoas tentam descobrir coisas demais a meu respeito.
6 . As pessoas sempre acabam nos rejeitando quando descobrem como realmente somos.
7 . A vida seria muito mais fácil se eu não tivesse de lidar com outras pessoas.
8 . As situações difíceis podem ser superadas.
9 . Sinto-me seguro ao enfrentar os desafios da vida.
10 . Em algumas tarefas consigo trabalhar de forma eficaz sem outras pessoas.
11. Consigo realizar um trabalho de alta qualidade com pouco apoio dos outros.
12 . Sou bem-sucedido naquilo que faço.
13 . As ações que eu tomo geralmente estã ocertas.
14 . Tenho dificuldade em delegar trabalho aos outros.
15 . É difícil tomar um decisão sem consultar os outros.
16 . Sinto-me mais à vontade sendo um seguidor do que um líder.
Pontuação
Contradependência: somar perguntas de 1 a 7 e dividir o resultado por 7.
Comportamento contradependente limita a capacidade de estabelecer relações pessoais e interfere no sucesso em tarefas cooperativas.
Autoconfiança: somar perguntas de 8 a 13 e dividir resultado por 6.
O comportamento autoconfiante leva a um apoio social saudável e a relações seguras, está relacionado a controle interno e é um padrão interdependente de comportamento. É característico de indivíduos que administram bem o estresse.
Superdependência: somar perguntas de 14 a 16 e dividir o resultado por 3.
Comportamento superdependente interfere na capacidade do indivíduo de usar seus pontos fortes e limita a capacidade de fazer s parte em um trabalho de equipe.
Interpretação dos Resultados.
Ninguém é apenas autoconfiante ou apenas superdependente ou contradependente o tempo todo. Quase todos nós apresentamos traços das três características. Na maioria das pessoas, uma das três é predominante. Para saber qual é o seu caso, verifique a média a que você chegou em cada uma das três características. Médias menores que 2 indicam que aquela característica não predomina em seu comportamento. Médias maiores que 4 indicam que aquela é a característica predominante. Notas entre 2 e 4 indicam neutralidade. Se você tirou notas abaixo de 2 ou acima de 4 em mais de um comportamento ou foi neutro em tudo, tente fazer o teste novamente. É provável que você não tenha sido honesto consigo mesmo em algumas das perguntas e tenha dado respostas que você gostaria que fossem verdadeiras ou que acredita que agradariam mais às pessoas que acercam.