Alguns métodos comprovados para reter informações.
Revista Scientific American
Você leu sobre um tema ou estudou determinado conteúdo e, poucos dias depois, em uma prova ou aula, não consegue lembrar-se de detalhes, ou pior, de aspectos básicos, do que estudou? Isso é mais frequente do que se pensa. A neurociência cada vez mais comprova que aprender vai além da concentração e da memória - não raro é um processo que exige de todos os nossos sentidos e capacidade de imaginação. Estudos recentes derrubam alguns mitos, comprovam a eficácia de alguns métodos e sugerem outros, inovadores, para assimilar e reter informações. Alguns deles:
• MEXER O CORPO
Mais um motivo para incluir atividade física na rotina: exercícios regulares melhoram as funções cognitivas. Na hora do exercício, a estimulação do sistema cardiorrespiratório faz com que mais sangue seja bombeado por todo o organismo, melhorando a oxigenação do cérebro - o que tem efeito cumulativo e beneficia a saúde neural em longo prazo, de acordo com vários estudos. Em um deles, cientistas da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign criaram casas para camundongos em diferentes ambientes: um terço deles tinha cores brilhantes e oferecia muitos brinquedos; outro terço era rico em alimentos e aromas; o restante tinha rodas de exercício. Segundo os pesquisadores, ratos que viveram no ambiente da roda apresentaram, em média, cérebro mais sadio e habilidades cognitivas mais aprimoradas.
• COMPARTILHAR NAS REDES SOCIAIS
Um método de aprendizado que costuma apresentar bons resultados são os grupos de estudo, que permitem compartilhar informações sobre o conteúdo e também exercitar habilidades sociais. Pesquisadores da Universidade Estadual de Michigan propõem uma versão "moderna" do método - usar as redes sociais. De acordo com eles, estudantes que escrevem regularmente sobre suas aulas no Twitter são, em geral, mais comprometidos com o estudo e recebem notas melhores. A rede permite que colegas, professores e interessados em um mesmo conteúdo dividam impressões e conhecimentos.
• TESTAR O QUE (AINDA NÃO) SABE
Provas são úteis para aprender - mesmo que você ainda não tenha estudado o suficiente. Em um experimento de 2009, estudantes que fizeram uma prova sobre neurologia antes de ler sobre o assunto lembraram-se mais do conteúdo uma semana depois que aqueles que tiveram acesso a uma lista de palavras-chave sobre o tema antes do teste. O grupo também se saiu melhor que os candidatos que receberam as perguntas da prova com antecedência e foram instruídos a memorizá-las. Ainda há controvérsia entre os especialistas sobre o porque desse fenômeno, mas acredita-se que o processo de tentativa e erro pode ser de extrema importância para o processo de armazenamento de informações.