Para chegar ao topo, em qualquer área, é preciso ter dedicação, foco e pelo menos 10.000 horas de prática.
Revista Você S/A - por Murilo Ohl
Um grupo de professores americanos levantou uma discussão em um artigo publicado no jornal The New York Times, no mês passado, sobre a necessidade do diploma universitário para ter sucesso na carreira. De acordo com os acadêmicos:
1) Determinadas características, indispensáveis para o êxito profissional, não são ensinadas nas faculdades. Por exemplo: a comunicação interpessoal.
2) Nem todos os jovens têm vocação para o mundo acadêmico: os mais empreendedores acabam se frustrando e abandonando o curso, pois o ensino ainda é muito teórico.
Sob essa ótica, dizem os professores, a universidade não é essencial para a pessoa ser bem-sucedida. O que dizem os brasileiros? Roberto Guimarães, professor doutor da Fundação Getulio Vargas e da Unicamp, diz: "Muitos entram na faculdade só para ter diploma antes mesmo de identificar sua vocação. Assim, se tornam profissionais frustrados". Mas Beatriz Maria Braga, professora da Eaesp-FVG, discorda: "O mercado precisa de gente cada vez mais qualificada e é a universidade que qualifica". Há, porém, uma terceira via. O escritor e jornalista Malcolm Gladwell, autor de Fora de Série, da Editora Sextante, defende que para chegar ao topo, em qualquer área, é preciso ter foco, talento e, principalmente, experiência. "Bíll Gates e Tiger Woods se dedicaram às suas paixões, ainda na adolescência, pelo menos 10 000 horas antes de obter sucesso", diz Malcolm. Ou seja, o diploma universitário ajuda, mas o que garante o sucesso é uma quantidade enorme de dedicação.