Na véspera da 1ª fase da Fuvest, candidatos de anos anteriores adotaram diferentes estratégias.
Jornal Folha de São Paulo - por Elton Bezerra
Estudantes e profissionais que passaram na USP adotaram estratégias variadas para garantir a tranquilidade na véspera da Fuvest.
Primeiro colocado em medicina em 2008, João Paulo Rocha Almeida, 25, diz que estudou até o último segundo que tinha antes do exame. "Saí para comer pizza com meus amigos e levei o caderno para fazer exercícios", diz. Para o vestibular, Almeida conta que resolveu todas as provas da Fuvest desde 1988.
Já Sergio Rafael DeI Giovannino, 26, primeiro colocado em oceanografia na última prova, fez diferente: aproveitou o dia para ver TV, acessar a internet e assistir filmes. "Como já tinha estudado o ano inteiro, achei melhor dar uma relaxada" , conta. Ele já tinha feito engenharia mecatrônica na USP, mas desistiu da carreira. "Não me identifiquei com o curso nem com as pessoas nem com o ambiente de trabalho", justifica.
Marivaldo de Castro Pereira, que fez a prova em 1998 e foi aprovado em direito, também escolheu passar um dia tranquilo em sua casa, ao lado de amigos e familiares. "Ficar com pessoas conhecidas foi essencial para reduzir a tensão", afirma Pereira, que, na época, morava na região de Pirituba (zona norte de São Paulo). Atualmente, ele é secretário de assuntos legislativos do Ministério da Justiça e trabalha em Brasília.
• Vestibular é uma das muitas provas importantes da vida
Que o vestibular é um momento delicado, não há que se duvidar. São anos de estudo colocados à prova - e são muitas provas, em datas próximas e deslocamentos
longos e cansativos. Tudo isso é um potencial gerador de estresse, mas é possível (e muito importante) um novo olhar para esta etapa da vida estudantil. E necessário encarar o vestibular com um bom plano que tenha três pontos principais, tal qual um triângulo que se mantém em constante equilíbrio na base. São eles: 1) escolha bem
feita; 2) equilíbrio emocional; 3) domínio de algumas técnicas de concentração e relaxamento.
A boa escolha resulta de um trabalho de autoconhecimento, conhecimento dos cursos que estão disponíveis e da realidade do mercado de trabalho (quem sou eu, como é o curso que quero fazer e qual a rotina da profissão que estou escolhendo). Conhecendo-se mais e se inteirando da realidade exterior, o estudante consegue ver sentido na escolha, e passar no vestibular passa a ter um significado de vitória não em uma prova, mas em uma etapa de um projeto de vida consistente.
O equilíbrio emocional de ve ser buscado cuidando de si mesmo (da mente e do corpo). Vestibulando não é uma máquina de estudar, precisa também dormir bem, praticar atividades físicas, fugir de bebidas alcoólicas, buscar em opções de lazer e cultura oxigenação da mente. Para relaxamento e concentração, um exercício: feche os olhos, imagine uma tela na qual se projeta o número 1 e inspire; segure o arpor alguns segundos e, quando expirar, imagine que está as soprando o número para longe, tão longe que ele desaparece no infinito; fique alguns segundos com os pulmões vazios e recomece com o número 2. Faça isso até o número 100.
Ficam as dicas, portanto: escolher bem, cuidar de si e exercitar o autocontrole. E, além disso, ver o vestibular como uma das muitas provas importantes da vida.