Aulas durante o expediente são aposta para aliviar o estresse.
Jornal Folha de São paulo - por Gabriela Yamada
Duas vezes por semana, a analista de comunicação Soraia.de Oliveira, 32, faz uma pausa durante o expediente, segue até uma das salas da multinacional onde trabalha e se dedica por uma hora a aulas de ioga. Aos poucos, o mundo corporativo está se rendendo à prática milenar indiana, que . une técnicas de respiração, meditação, alongamento e práticas físicas. O objetivo: além de tirar o funcionário do estresse, estimula a buscar o crescimento dentro da empresa - e fora dela - de forma holística.
"Boa parte dos problemas de saúde dos funcionários vem de um sistema nervoso sobrecarregado", explica Marcos Rojo, professor de ioga na USP e autor de dois livros sobre a prática. Desde 2009, funcionários da Unilever, como Soraía, têm aulas de ioga durante o expediente. Iessica Hollaender, diretora de recursos humanos, diz que a prática está ligada à estratégia da empresa.
"A vitalidade da empresa está ligada à vitalidade dos funcionários. A divisão entre o profissional e o pessoal ficou no passado" , afirma. "Não esperava que o ioga fosse tão valioso. Por ser também espiritual, faz com que pensemos em todas as nossas atitudes", diz a gerente de marketing Daniella Mello.
As aulas de ioga também acontecem em quatro unidades do Hospital Albert Einstein. No total, são 104 alunos. Na Volkswagen, em São Bemardo do Campo, técnicas de respiração, oxigenação cerebral, alongamento, postura e descontração emocional são aplicadas semanalmente a 60 funcionários.
Carlos Legal, coidealizador do PYT (Programa Yoga no Trabalho), diz que a diferença da ioga oferecida em escritórios está na linguagem, que deve ser apropriada às necessidades das empresas. "Dentro do ambiente de trabalho, a ioga se torna mais acessível, sem necessidade de deslocamento, com custos menores e linguagem prática."