Rafael Azevedo conta como se preparou para passar em primeiro lugar num dos vestibulares mais concorridos do país.
Revista Veja
" Sempre fui bom aluno, mas o Colégio Naval (em Angra dos Reis, Rio de Janeiro), onde cursei o ensino médio, me ajudou a ter disciplina. A rotina era puxada. Saí de lá direto para engenharia da computação, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Depois de um ano, não estava contente com o curso. Decidi voltar para São Paulo, onde nasci, e tentar a carreira de medicina. Fiz um ano de cursinho e passei em duas faculdades, mas nenhuma delas era a USP. Preferi estudar por mais um ano para entrar na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, meu sonho.
Tinha muita clareza de como organizar os estudos para melhorar meu rendimento. Planejamento é fundamental. Quando a gente não estipula tempo para as coisas, fica impossível seguir uma rotina de estudos. O dia passa voando. Manter uma vida social regular e fazer exercícios físicos é tão importante quanto estudar. Corria ou fazia musculação quase todos os dias. Isso me deixava menos estressado e aumentava meu rendimento.
Sou autodidata e aprendia mais estudando em casa do que no cursinho. Por causa disso, não assistia a todas as aulas. Busquei outras fontes de conhecimento, como livros que não eram da lista de leitura obrigatória. Recorria a revistas e jornais para ficar por dentro do que acontecia no mundo, já que os vestibulares cobram atualidades. Isso tudo me ajudou a escrever melhor e a aprimorar minha capacidade de interpretar textos.
É importante conhecer o estilo dos vestibulares. As provas costumam seguir um padrão, e isso ajuda a criar uma estratégia de estudo, principalmente para quem quer ir bem num vestibular específico, como era meu caso. A nota da primeira fase não era mais considerada na pontuação total na Fuvest (o vestibular da USP). Então, procurei me concentrar, na segunda fase, a parte escrita. Por isso treinei muita redação, o que foi determinante para ir bem nas provas.
Todos os dias, acordava entre 7 e 8 horas e estudava até a hora do almoço. Comia, descansava um pouco e voltava para os livros. Lá pelas 18 horas parava para fazer alguma atividade física. À noite, também estudava, mas não muito, para dormir bem. Sempre valorizei minha qualidade de vida. Via minha namorada e meus amigos somente aos fins de semana para não atrapalhar os estudos. Meus pais também sempre me apoiaram. E me incentivaram para alcançar meus objetivos. É fundamental que as pessoas que convivem com você saibam do desafio que é passar no vestibular e o apoiem incondicionalmente.