Pesquisa avaliou os sites que oferecem, de graça, o conteúdo de faculdades renomadas.
Revista Época Negócios
Quando os primeiros serviços online que oferecem de graça cursos de faculdades prestigiosas como Harvard e Stanford apareceram, muito se falou do perigo que eles representavam às universidades tradicionais. Três anos depois, o que se vê é que muita gente começa, mas poucos terminam. Ao analisar as principais startups do setor (edX, Coursera, Khan Academy, Udacity, Udemy e Veduca), a pesquisadora da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP) Libânia Paes traçou algumas das barreiras do
sistema.
Só para PCS?
Nenhum dos sites tem versão para tablets e smartphones. Isso impede que conteúdos complementares, como fóruns de discussão ou quiz, sejam consultados em qualquer lugar.
Não basta filmar
Nem todo professor se dá bem com a câmera. Alguns se retraem e a aula fica monótona. Outro problema é a variedade de formatos: há aulas, palestras, apresentações no PowerPoint. Nem todos funcionam.
Melhor para exatas
Aulas de matérias estruturadas, como muitas da área de exatas, se encaixam melhor nos cursos online. Para matérias de humanas, o formato não se adapta tão bem. "Aprender ética não é só ler um livro de Aristóteles, mas discutir casos na sala e fazer provas escritas", afirma Libânia.
Pouca interação
Uma faculdade não é feita só das aulas. Nos cursos online, a interação entre professor-aluno ou mesmo aluno-aluno é limitada, o que prejudica a resolução de dúvidas e o networking - que pode resultar, no futuro, em oportunidades de emprego.
Problemas de correção
O número ilimitado de alunos nos cursos online pode atrapalhar a avaliação de provas pele professor. Em cursos com mais de 1 milhão de inscritos, Libânia viu correções feitas pelos pares: um aluno corrige o outro.