A falta de interação social pode ser tão ruim para a saúde quanto beber ou fumar.
Revista Galileu - por Bem Schiller
Mais uma preocupação para termos à medida que envelhecemos: a falta de contato humano. De acordo com pesquisadores da Universidade Brigham Young, nos EUA, ter um baixo nível de interação social pode causar um impacto em sua expectativa de vida equivalente a fumar 15 cigarros por dia ou ser alcoólatra. Isolar-se do mundo é pior até que sedentarismo e a obesidade. Então é melhor começar a fazer amigos.
A pesquisa se baseia em uma metanálise de 148 estudos anteriores que mediram a interação social de diferentes participantes e seus resultados de saúde. Culpa da forma como a vida mudou graças à industrialização, que reduziu o nível de interação entre as pessoas. Assim, os resultados publicados na PLoS Medicine são preocupantes, pois as pessoas estão se tornando cada vez mais isoladas.
"O estilo de vida moderno nos países desenvolvidos está reduzindo a quantidade e a qualidade das relações sociais", dizem os autores do estudo. "Muitas pessoas nesses países não vivem mais com suas famílias ou mesmo próximos a elas. Em vez disso, moram no outro lado do país ou até do mundo, longe dos parentes."
Entretanto, "a ideia de que a falta de relacionamentos sociais é um fator de risco para a vida ainda não é amplamente reconhecida pelas organizações de saúde e o público", observam os pesquisadores no artigo. O problema parece secundário em comparação com o tabagismo e o consumo de álcool, apesar das evidências de que a comunidade médica poderia melhorar os índices de saúde se encorajasse a socialização. "Indivíduos com relações sociais mais fortes tiveram uma probabilidade de sobrevivência 50% maior do que aqueles em relações sociais mais fracas", afirmam.
Os pesquisadores especulam que laços mais fortes com amigos e familiares possuem uma espécie de efeito de retroalimentação positiva. Os idosos recebem cuidados melhores, mas também conseguem cuidar melhor de si mesmos. "Médicos, profissionais de saúde, educadores e a mídia deveriam reconhecer que as relações sociais influenciam os resultados de saúde dos adultos e considerá-Ias com a mesma seriedade que dedicam a outros fatores de risco que afetam a mortalidade", dizem os editores.